O Projeto Saúde é realizado em conjunto pela Redesist e a Fiocruz e visa o desenvolvimento de estudos e pesquisas de arranjos produtivos locais na área de saúde que permita a formulação de políticas para o desenvolvimento integrado e coordenado do CEIS.

Reforça-se a pertinência da análise do CEIS no âmbito da abordagem de sistemas de inovação desenvolvida pela Redesist que, dada a sua metodologia, permite o mapeamento, no território, da infra-estrutura instalada e potencialidades locais, sem as quais não se pode lograr um modelo virtuoso de desenvolvimento produtivo que permita tanto superar as disparidades regionais observadas em solo nacional, como aproveitar as vantagens de uma especialização produtiva que considere a grande persidade nacional. Destaca-se também a importância de identificar os atores envolvidos nestas atividades, contribuindo inclusive para revelar seu peso, importância e impactos na capacidade de produção, inovação e competitividade de empresas e conjunto de empresas, assim como para o desenvolvimento econômico e social no Brasil.

Nessa perspectiva, o papel do Estado é de fundamental importância. Não apenas para o desenvolvimento de políticas ativas, seletivas e sistêmicas voltadas para o fortalecimento da base tecno-produtiva nacional, como também para assegurar a convergência com os objetivos sociais, garantindo o atendimento prioritário das necessidades de saúde da população, a superação do atraso em áreas críticas, ao combate à exclusão social e a atenuação das desigualdades regionais. Não surpreende, portanto, que o CEIS tenha sido reconhecido como área estratégica não somente no âmbito do setor saúde (por meio das prioridades estabelecidas no Mais Saúde), como também no bojo da Política de Desenvolvimento Produtivo – PDP, do Plano Brasil Maior – PBM e da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação - ENCTI, além de se terem abertas frentes persas para incentivo e subvenção de seu desenvolvimento, com particular importância para atuação da FINEP/MCT e do BNDES, via Profarma. Neste sentido, institucionalizou-se, em persas áreas e setores do governo federal a importância do desenvolvimento deste Complexo tanto na busca da justiça social, quanto da competitividade nacional ante a um mercado globalizado e assimétrico como o contemporâneo.

Justamente, tendo em vista que a redução das desigualdades interregionais e intrarregionais figura como uma das diretrizes principais da política de desenvolvimento brasileira, destaca-se a relevância de dar especial ênfase às diferentes realidades constituídas nas diferentes regiões, estados e localidades do país. A tendência à concentração industrial das atividades do CEIS que se verifica no plano internacional também se reproduz dentro do país. Reconhecer e mobilizar as persas potencialidades produtivas e também científicas e tecnológicas relacionadas à saúde nos diferentes estados do país se torna fundamental para se contrabalancear esta tendência à concentração e mobilizar persas estruturas produtivas direta e indiretamente relacionadas à área. Adicionalmente, identificar os potenciais de aprimoramento e ampliação do acesso aos serviços de saúde constitui um elemento fundamental para a promoção do desenvolvimento dos estados e localidades, uma vez que nesta esfera muitas iniciativas direcionadas a uma efetiva universalidade, equidade e integralidade têm maior potencial de gerarem efeitos concretos.

Dessa forma, a complexidade do desafio institucional e produtivo que está colocado para o desenvolvimento do CEIS encontra no enfoque de arranjos produtivos locais um poderoso instrumento de trabalho, na medida em que este:

  • Contribui para os esforços de coordenação e de articulação de ações.
  • Estimula a interação entre diferentes tipos de atores, setores, dimensões e atividades, favorecendo a efetividade das mesmas.
  • Considerado o espaço onde ocorre o aprendizado, criam-se as capacitações produtivas e inovativas e fluem os conhecimentos tácitos, em particular.
  • Permite estabelecer uma ponte entre o território e as atividades econômicas bem como a integração entre as esferas local, regional, estadual e nacional.
  • Incorpora e aprimora as abordagens em organizações inpiduais, setores e aglomerações, cadeias e complexos produtivos.
  • Representa o nível em que as políticas de promoção do aprendizado e criação de capacitações produtivas e inovativas podem ser mais efetivas (Lastres e Cassiolato, 2008).

Nesse sentido, descortinar a dimensão local do sistema inovativo de saúde brasileiro, remete a identificar as especificidades referentes à prestação de serviços de saúde e analisar as capacidades locais referentes aos subsistemas de base química e biotecnológica e de base mecânica, eletrônica e de materiais. A identificação destas potencialidades servirá de base para proposições de políticas descentralizadas de saúde focadas na produção (inclusive serviços) e inovação.

Mais especificamente, o projeto Saúde busca reunir informações e conhecimentos sobre o tema de forma a::

  • Contribuir para o desenvolvimento de uma terminologia e metodologia analítico-propositiva adequadas para as atividades do CEIS.
  • Descortinar os impactos destas atividades em diferentes estados do país.
  • Analisar as principais tendências das políticas e instrumentos desenvolvidos para a promoção do desenvolvimento do CEIS.

De forma a englobar esses objetivos de maneira detalhada, o Projeto Saúde é pidido em quatro subprojetos/fases que são especificados no quadro abaixo.

 

FaseTítuloPeríodoStatus
Fase I Territorialização do Complexo Econômico-Industrial da Saúde: uma aplicação da metodologia dos Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais  Março 2012 - 
Janeiro 2013
concluído
Fase II  Saúde e inovação: territorialização do complexo econômico-industrial da saúde Agosto 2012 - Dezembro 2012 concluído
Fase III Complexo Econômico Industrial da Saúde: a evolução e dinâmica de Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais no Brasil  Março 2013 -Fevereiro 2014 em desenvolvimento
Fase IV Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais em Saúde e Desenvolvimento